sábado, 6 de março de 2010

Comecei minha vida artística aos doze anos de idade, logo cedo decidi ser hoje o que sou e assim fiz desde sempre o que gostava. Não entendia todo este mundo como trabalho, entendia que era a melhor forma de me manifestar, me conhecer e permitir com que as outras pessoas me conhecessem. Aos poucos fui crescendo e vendo que era trabalho sim e muito sofrido, a dança me mostrou logo cedo que talento não era nada suficiente, o que levava um artista a ser reconhecido, era o seu conhecimento e sua competência para exercer o trabalho. E aquele sentimento de ser artista quando criança mudou, não era mais brincadeira, era de verdade, compromissos em uma agenda caótica, ensaios, uma labuta diária onde o prazer começou a ser quase doloroso. Entrei no GETA (Grupo de Estudos do Trabalho do Ator) e logo no primeiro encontro me senti menina, aquela que sonhava em ser artista e que só queria se expressar, conhecer e ser reconhecida quanto ser humano que é e principalmente quanto artista, no sentido mais forte que pode existir da palavra. Parece que entrei em um universo paralelo, onde sinto o gostinho do prazer simplesmente pelo prazer em ser e estar artista. Cano de escape? Que seja, o GETA, me possibilitou andar nas nuvens como há muito tempo não andava, me fez voltar a sentir ansiedade para chegar uma nova segunda-feira, me fez ser A JANA que estava faltando ser, aquilo que desejava ser na minha infância. Arrisco, sinto medo, choro, dou gargalhada, me irrito, me permito ser só Janaina, jana, janinha. A experiência de ter criado personagem, tê-lo dividido com pessoas que se tornaram hoje tão especiais, me deixa com a impressão de que chamei alguém para brincar e este alguém me fez conhecer a melhor brincadeira do mundo e para se curtir esta festa se faz necessário o uso de uma imensa responsabilidade, coisa que estou agora aprendendo a ser, minha criança está me ensinando e hoje repenso em tudo que faço e questiono: será que me dá prazer? Respostas aparecem como pássaros cantadores que cantam esperando que eu voe e que não tenha medo de sair do ninho. Ser feliz se faz necessário e eu tenho medo. Obrigada ao maestro desta orquestra de pássaros lindos que cantam pra mim.... Felipe.... E aos cantadores mais lindos que já ouvi e vi na vida (ao GETA). Janaína Gomes (Ávana)

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